Arquivo para dezembro \30\-05:00 2008

30
dez
08

“Um Estranho No Ninho” (1975)

Título original: “One Flew Over The Cuckoo’s Nest”
Título sugerido: “Jack Nicholson No País da Incoerência”

O tcheco Miloš Forman entra mais uma vez aqui no blog, mas dessa vez pela porta da frente. Responsável pela adaptação para cinema do romance homônimo de Ken Kesey, Miloš foi o primeiro diretor após um período de 40 anos a realizar um filme que abocanhasse os cinco principais Oscar, em 1975: filme, diretor, ator, atriz e roteiro. E não foi à toa.

Jack Nicholson encabeça o elenco formidável no papel de Randal MacMurphy, um homem condenado a dois meses de serviço social por ter transado com uma adolescente. Depois de pagar umas de maluco e encher o saco de todo mundo na fazenda onde cumpria pena, Mac é transferido para a ala psiquiátrica de um hospital. Chegando lá, ele acompanha a dinâmica de convivência dos seus colegas, que, na garoa da loucura, dormiram na chuva. Todos são excepcionalmente domesticados e domados pelo comportamento over-terapêutico da enfermeira Ratched, vivida por Louise Fletcher.

À medida que a história se desenrola, Mac percebe claramente o que acontece do lado mais fraco da corda e inicia uma atitude de contracultura dentro de sua ala. Tomado das dores dos outros, Mac tenta ajudar seus colegas a recobrar sua dignidade e sua voz ativa dentro do grupo, que inclui um gago reprimido, um coroa chorão, um agressivo desbocado e um chefe indígena que vem brincando de vaca amarela há algumas horas, entre outros. Danny DeVito e Christopher Lloyd entre eles – só pra constar.

Lado A: Danny DeVito como o atrapalhado Martini – quem negou um Oscar pra ele!?
Lado B: O paralelo muito bem construído entre etiqueta e sanidade.

Resultado:

Filmado em locação num hospital do Oregon onde se passa a história do livro, Miloš Forman alcançou com primor a integridade e alma dos personagens centrais. O filme passa como uma história 100% verossímil, e nem por isso menos fantasiosa. Além da crítica clássica ao sistema manicomial, existe uma camada muito forte de um debate existencial sobre vida em sociedade, e a relação entre submissão e autoridade. As duas horas e pouco de filme passam sem pressa graças também à maestria de Jack Nicholson no papel de Mac.

Dá até vontade de ter um ataque de nervos e quebrar tudo num supermercado só pra ver o que acontece.

Sabe?

Veredicto: 5/5 jóinhas.
5/55/55/55/55/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.

28
dez
08

“Assassinos Por Natureza” (1994)

Título original: “Natural Born Killers”
Título sugerido: “MTV – O Filme”

Baseado numa história de Quentin Tarantino, o diretor americano Oliver Stone se juntou com outros roteiristas para readaptar e deixar o roteiro satírico sobre um casal de criminosos mais a seu gosto. Deu uma ligadinha para Woody Harrelson e Juliette Lewis e os mitos fictícios Mickey e Mallory Knox já tinham de fato um rosto.

Cheio de referências pop dos anos 90, o filme conta a história do casal de assassinos mais temidos dos Estados Unidos com paralelos hipermidiáticos e críticas abertas à imprensa. Woody Harrelson vive o sanguinário poeta Mickey, e Juliette Lewis encarna a apaixonada brutal Mallory. Eles viajam, matam, as pessoas gritam, e a imprensa acompanha. Tudo isso ensanduichado por colagens e mais colagens embaralhadas e aleatórias do acúmulo de imagens televisivas das últimas décadas.

De fato? Não acontece muita coisa inteligente, porque não tem nada mais démodé do que aquele discurso noventista de que a escopeta é a liberdade, e que grandes assassinos farão história. Não dá outra, eles revelam através de sátiras televisivas, astutas, diga-se de passagem, a infância terrível e humilhante que Mickey e Mallory tiveram, cada um em seu canto.

Aí você pensa: trauma, televisão, anos 90, Estados Unidos. “Ah… por isso.” Capice?

Lado A: A edição do filme é alucinante, primorosa.
Lado B: Woody Harrelson e Juliette Lewis têm uma química fenomenal.

Resultado:

Robert Downey Jr. entra na história como a alegoria da mídia, e Tommy Lee Jones como a alegoria do sistema penitenciário americano: não convencem. Aí você dá uma lidinha no Google e descobre que uma porrada de adolescentes imbecis saiu cometendo assassinatos por aí depois de assistir a esse filme.

Deu pra pegar o público alvo?

O discurso é válido, mas é mastigadinho demais.

Oliver Stone, precisamos conversar.

Veredicto: 2/5 jóinhas.
2/52/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.

28
dez
08

“As Bicicletas de Belleville” (2003)

Título original: “Les Triplettes de Belleville”
Título sugerido: “Bruno: O Super Cão”

Esta co-produção França, Bélgica, Canadá e Reino Unido é o maior sucesso do diretor francês Sylvain Chomet. É dele o roteiro e direção desta animação de 80 minutos que revoluciona o repertório visual de qualquer um desde o primeiro instante.

Madame Souza, uma senhourinha portuguesa, mora na cidade fictícia de Belleville, onde cria sozinha o neto Champion, depois da morte de seus pais. Movida pela apatia do neto, Madame Souza lhe dá o filhotinho Bruno, mas o garoto logo esquece o cachorro e se dedica somente ao seu presente favorito: uma bicicleta. Madame Souza e Champion se unem no treinamento ciclístico do garoto, que cresce e deseja pedalar pela vitória do Tour de France.

Com um estilo único de animação e referências de pantomima, os personagens se expressam perfeitamente sem quase nunca abrir a boca. O filme é todo devotado à uma interpretação caricatural inteligentíssima dos tipos mais diferentes da França e dos Estados Unidos, e a feiura da vida corriqueira ganha um charme inconfundível. O título original “Les Triplettes de Belleville” se deve às trigêmeas cantoras de cabaré que fizeram sucesso nos anos 30, e acabam se encontrando, já decrépitas, com Madame Souza e o cachorro sonhador Bruno depois que a máfia francesa seqüestra Champion e diversos outros ciclistas.

Lado A: A canção irresistível das trigêmeas: “Belleville Rendezvous” e toda a trilha sonora original.
Lado B: Os sonhos em preto-e-branco do cachorro Bruno.

Resultado:

O filme é de fato um espetáculo sensorial, que arranca risadas e suspiros com facilidade. A feiura e simplicidade inerente aos personagens é o que faz de cada um deles um estudo social à parte. As trigêmeas têm uma força impressionante com a simpatia de sua avançada idade e a musicalidade que encontram nas pequenas coisas do dia-a-dia. Os momentos de respiro da trama se dão através dos sonhos do cachorro Bruno, doente de saudades de seu dono, e tentam assim conferir mais ritmo nessa epópeia semi-3D com uma pitadinha de Popeye e Roger Rabbit.

Nem sempre dá certo, porque o filme se arrasta por diversas vezes, mesmo que já volte a surpreender na seqüência.

É uma pedida pra quem quer sonhar bem: deixa a imaginação a ponto de bala pra todo o sono ao que o filme induz.

Veredicto: 3/5 jóinhas.
3/53/53/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.

27
dez
08

“Festa de Família” (1998)

Título original: “Festen”
Título sugerido: “Dinamarca? Deus Me Livre!”

Deixa eu só recuperar o fôlego…

Pronto.

“Festa de Família” é o primeiro filme que segue o manifesto Dogma 95, dos diretores Lars Von Trier e Thomas Vinterberg, que é tipo uma gincana artística que proibe os diretores participantes a usar pós-produção, iluminação artificial, trilha sonora não-incidental, et cetera e tal. Quem assina esta primeira obra é o dinamarquês Thomas Vinterberg.

No verão da Dinamarca, os Klingenfeldt-Hansen e todos seus trinta e poucos agregados se reunem no hotel da família para comemorar os sessenta anos do patriarca, Hegel. É o primeiro reencontro familiar desde que sua filha Linda se suicidou, neste mesmo hotel. Os outros filhos de Hegel são Michael, o caçula monstruosamente agressivo e mal-casado, a frágil e deslocada Helene, e o primogênito: o frio e distante Christian, irmão-gêmeo de Linda.

Assim que toda família se reune para comemorar o aniversário de Hegel, Christian abre o jogo sobre todas as baixarias de cunho sensacionalista, erótico e pedófilo do pai em praça pública – e o bicho pega. Ao mesmo tempo, acompanhamos com uma proximidade macroscópica cada grito e sussurro de todos os presentes no hotel, inclusive o staff inteiro que é próximo da família há décadas. Tudo isso com a sensação de que é através da amargura onipresente de Linda que observamos a festa.

Lado A: A desconstrução lenta e cruel dos papéis sociais.
Lado B: O sumiço de todas as chaves dos carros é genial.

Resultado:

Lendo as regras do manifesto Dogma 95, de fato parece menos espontânea a montagem do filme, mas nem por isso menos genial. É angustiante observar o terror das relações familiares e testemunhar através dos ângulos mais esdrúxulos o crescendo de uma tensão que dá até pra furar com garfo. O hotel e a presença de Linda aprisionam os convidados num esquema grotesco de obrigação social, esvaziamento de tradições e banalização da celebração.

Você vai dar graças a Deus pela sua família.

Veredicto: 5/5 jóinhas.
5/55/55/55/55/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.

26
dez
08

“Kika” (1993)

Título original: “Kika”
Título sugerido: “El Imperio de Los Sueños”

O ano é 1993 e o querido Almodóvar resolve nos apresentar sua mãe. Pensando com meus botões, acho que da vontade de passar um tempo junto dela é que surgiu a idéia para “Kika”, um pastiche desenfreado e confuso sobre uma maquiadora fogosa com espírito de Julie Andrews. Almodóvar conta com a ajuda de Jean-Paul Gaultier e do lendário Gianni Versace para compor os quadros efusivos e vibrantes que funcionam como pimenta-de-cheiro nesse insosso longa-metragem.

Veronica Forqué abocanhou o papel-título da maquiadora que se envolve com um misterioso escritor americano, interpretado em inglês mesmo por Peter Coyote e dublado porcamente em espanhol vai saber por quem. Kika é chamada para maquiar o corpo do enteado do escritor, um jovem fotógrafo de lingerie chamado Ramón. O detalhe? Ramón é cataléptico, e tem o hábito de “morrer” freqüentemente. Daí em diante o filme não se propõe a traçar nada, a debater nada e nem a contar nada, então o espectador fica com um frango colorido meio-morto meio-vivo pra matar, cozinhar, e servir pra si mesmo.

Os outros personagens adentram a trama pela porta dos fundos, com o bigode despenteado e marcas de suor no suvaco: a criada lésbica Juana, decendente do próprio Montezuma, a repórter sensacionalista e de guarda-roupa equivocado Andrea Caracortada, e o ator pornô tarado e auto-flagelado Pablo. A história é movida por sexo, traição e pastelão, num cortiço chic onde todo mundo se come e ninguém se importa com nada. A diferença de uma micareta são as guitarras catalãs e a estética bacanuda.

Só.

Lado A: A atriz que faz Juana é de uma feiura magnífica.
Lado B: A cena de estupro mais divertida da história do cinema.

Resultado:

Acho que Almodóvar aprendeu com “Kika” a não escrever roteiros baseados em surtos lisérgicos, porque fica claro que idéias originais soltas no mesmo filme não necessariamente garantem alguma fundamentação pra história a ser contada. Talvez esse filme possa ser interpretado como uma série de esquetes cômicas, uma série de curtas nonsense pouco abertos para debate. A mãe de Almodóvar faz uma ponta como uma Palmirinha da TV espanhola e esse parece ser o ponto mais alto dessa bagunça às avessas.

Aí vai o David Lynch em 2006 e me faz tudo de novo.

Almodóvar pelo menos tem charme, e um senso de humor abrasivo.

Coragem.

Veredicto: 1/5 jóinhas.
1/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.

26
dez
08

“Sete Vidas” (2008)

Título original: “Seven Pounds”
Título sugerido: “Meu Coração Não É Meu”

Às vezes Hollywood nos apresenta heróis incríveis. Às vezes Hollywood nos apresenta atores vigorosíssimos. Às vezes Hollywood nos apresenta homens únicos. Mas às vezes, nos apresenta Will Smith. As observações a respeito desse filme levam em grande consideração o fato de Will Smith não ter culpa de ser o que é, e de fato tentar algo diferente nessa obra. Para ajudá-lo, o diretor italiano Gabriele Muccino, que lentamente migra para Hollywood como babá de Smith, assina a direção do longa.

Will Smith é Ben Thomas, um homem completamente perturbado que começa a investigar a vida de sete estranhos para testar sua benevolência e merecimento de uma vida melhor. Assim, sem parâmetros mesmo, tipo Will Cristo. A sacada toda é que o roteiro é bem picotadinho e bem jogado de trás pra frente pra você conseguir entender alguma coisa só depois de 40 minutos, e se afeiçoar aos personagens só bem pertinho do final. A premissa é bem essa: Will Smith, juiz da moral humana, sai por aí tentando ver quem ele pode ajudar em questões financeiras e médicas pra quem sabe conseguir superar seu próprio super trauma mal-escondido.

As coisas começam a ficar interessantes, humanas e assistíveis quando Rosario Dawson entra em ação, provavelmente na melhor atuação de sua carreira, como a cardíaca Emily, na fila de espera por um transplante de coração. Com o pretexto de seu trabalho como fiscal da Receita Federal, Ben se aproxima de Emily para conhecê-la melhor e decidir se deve ou não puxar seus pauzinhos para facilitar sua vida. De maneira semi-previsível, eles começam a se encantar um pelo outro.

O pior? É lindo.

Lado A: A temática de doação de órgãos é abordada de maneira séria, respeitosa e muito bacana.
Lado B: Woody Harrelson como o pianista cego Ezra… de tirar o chapéu.

Resultado:

Will Smith pode ser um puta mala, e o diretor pode não perceber isso e acabar pondo uma tensão dramática muito concentrada nas limitações cênicas de Ben, mas a história é de fato bem esquematizada. Mesmo um pouco maneirista às vezes, e com um desfecho bem previsível, alguma coisa segura o carisma da própria história e a vontade de ver até o fim. Eu aposto todas as minhas fichas em Rosario Dawson, mais uma vez, maravilhosa como Emily. E pra falar a verdade, ao lado dela, Will Smith é bem assistível.

É sempre bom ver temas delicados retratados com bom gosto.

Rosario, o meu coração você ganhou!

Veredicto: 3/5 jóinhas.
3/53/53/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.

25
dez
08

“Vida de Solteiro” (1992)

Título original: “Singles”
Título sugerido: “Amor, Meu Grunge Amor”

Existe um fenômeno da linguagem que recentemente foi constatado: os nomes terapêuticos. Mais uma vez passeando pela videolocadora, passando o olho entre os infinitos títulos e BRIDGET FONDA!, encontrei um interessante. Cameron Crowe, de “Jerry Maguire”, “Vanilla Sky” e “Quase Famosos”, assina roteiro e direção de um filme que busca o caroço do coração contemporâneo: e consegue.

Justiça seja feita em dizer que o elenco do filme dá toda a sustentação que a história pede: Kyra Sedgwick como a ambientalista desiludida Linda em harmonia perfeita com o bom-moço de Campbell Scott, Matt Dillon milagrosamente não está irritante no papel do grunge-rocker Cliff, e Bridget Fonda segura sua onda com carisma no papel da apaixonada por baixa auto-estima Janet. A direção de atores é de uma pontualidade, que dá uma vontade de assistir todos os outros filmes que esse elenco já fez só pra comparar, sabe?

Vamos à história: um grupo de jovens adultos discorrem sobre seus últimos lances, no início dos anos 90 em Seattle, com o pano de fundo do surgimento do movimento grunge. Dividido em capítulos, os casais centrais interpretados por Kyra Sedgwick/Campbell Scott e Bridget Fonda/Matt Dillon, apresentam o panorama da vida amorosa de seus amigos e vizinhos, todos residentes num complexo de apartamentos para solteiros. Tratar solteirice como tema central de filme pode ser hiper clichê, mas quando é bem feito, a gente nem percebe.

Lado A: Kyra Sedgwick e Campbell Scott têm o envolvimento mais gracinha dos últimos tempos.
Lado B: As esquetes ilustrativas dos relatos são uma comédia à parte.

Resultado:

Cameron Crowe & Cia. conseguiram o feito de expressar com grandeza um assunto infinito numa esfera e roteiro finitos. A história se desenrola com tranquilidade, os atores estão super afiados em grande parte do filme, o elenco de apoio não deixa a história amornar e a divisão em capítulos funciona muito bem dentro do esquema das coisas. É um filme bem detalhista e cuidadoso dentro de sua simplicidade, e abre espaço para identificação imediata e inteligente com o público.

Com certeza algum panaca viu esse filme e teve a idéia para Friends.

Terapêutico.

Veredicto: 4/5 jóinhas.
4/54/54/54/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.

24
dez
08

“Crônicas de Um Amor Louco” (1981)

Título original: “Tales of Ordinary Madness”
Título sugerido: “Memórias Póstumas de Roque Santeiro”

O diretor italiano Marco Ferreri abre a década de 80 com a adaptação para cinema do livro de Bukowski, uma obra-prima gracinha com o título de “Ereções, Ejaculações e Exibicionismo”. Vinte e sete anos depois, numa videolocadora situada em terras ermas desse Brasil, “Crônicas de Um Amor Louco” veio parar na minha sacola. No papel do alter ego de Bukowski – o Chuck Norris letrado das Américas – está Ben Gazzara, um tipão mezzo-Mastroiani mezzo-Portuga-de-Padaria. Este é o homem que narra suas peripécias de alcoolismo e baixos instintos numa Hollywood sem alma.

O nome do personagem central é Charles Serking, um cara bem desinteressante, bem cafajeste e nada carismático. Entre as mulheres que ele visita, seja pra transar, espancar, beijar, cheirar ou apenas observar, estão a vizinha obesa e solícita, a garota de doze anos que já está no ponto, a ex-mulher baranga e controladora e, last, but not least, a prostituta “apaixonante” interpretada por Ornella Muti, aquela atriz italiana super aclamada, sabe-se-lá por quem.

Daí em diante, começa um festival de trepadas malucas que remetem às mais esdrúxulas pornochanchadas brazucas, mal-marcadas por um subtexto poético irrisório e risível, fora os estereótipos da mulher que há de ser salva pela piroca perfeita em seqüências de voice-overs que pouco adicionam à história. A impressão que Charles passa é de que ele acredita piamente que o seu piru fará Natal. Ho ho ho.

Lado A: A vizinha meio Mama Cass, e a ousadia de mostrarem uma atriz obesa nua, fazendo sexo.
Lado B: As cenas entre Ben Gazzara e Ornella Muti têm de fato uma química poderosa.

Resultado:

Sabe aquele seu tio meio chato, meio deprê, que gosta de relembrar a própria juventude mas esquece de tirar a velhice do tom de voz? Mas aí começa uma saia-justa porque quanto mais ele relembra o fiasco que aparentemente foi sua juventude, ele percebe que a tendência com a idade tenha sido piorar? E ele nem percebe que você tá quase dormindo em meio aos relatos?

Imagine que ele fez um filme.

Voilà!

Veredicto: 1/5 jóinhas.
1/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.

23
dez
08

“Maus Hábitos” (1983)

Título Original: “Entre Tinieblas”
Título Sugerido: “Santa Puta VHS”

Sem quebrar a cabeça dá pra perceber que um dos ícones de coração deste que vos fala é o espanhol Pedro Almodóvar. Este filme marca seu primeiro projeto sem preocupação comercial descarada; e como. Não sou muito fã de remakes, mas já adianto que uma refilmagem deste título pelo próprio Almodóvar seria um alívio aos pobres olhos que ainda venham a se deparar com a terrível fotografia videocassética dessa era-orçamento.

Uma seqüência hiper-chata do trânsito de fim-de-tarde em Madrid envolve os créditos de apresentação do filme. Tenham fé. HA!

Bom, a cantora de pardieiro Yolanda, conhecida por suas amigas como Xororó, é surpreendida pelo suicídio de seu namorado, enquanto dá uma mijadinha anti-higiênica no seu apartamento. Apavorada com a possível repercussão da história, busca refúgio num convento especializado em vagabundas. As irmãs e madres dão saltos de alegria, porque em se tratando de vagabundas, Yoyo é um prato cheio.

O Convento das Irmãs Humilhadas a recebe de braços abertos assim que Yoyo aceita o convite de passar um tempo com elas. Elas então se revelam sadomasôs de primeira-linha, defendendo a idéia de que o ser humano é a criação mais desprezível do Senhor, e que cabe a elas sofrer e amargar os piores castigos dos homens. Irmã Esterco, Irmã Perdida, Irmã Víbora e Irmã Rata-de-Bueiro, entre outras queridas, nos levam capela abaixo numa sacrossanta feijoada semiótica rumo à raiz de todos os pudores, ao som de música ruim, literatura baixa, tigres no jardim e tudo mais que Almodóvar teve tempo de enfiar no roteiro. Hallelujah!

Lado A: Irmã Perdida alimentando o tigre é pra acabar.
Lado B: As discussões e paralelos das irmãs na relação com seus desejos são riquíssimas.

Resultado:

Sempre tiro o chapéu pra filmes que têm tudo pra ser datados e conseguem ser intrinsicamente atemporais. A discussão religiosa que ninguém mais tem paciência de ter é retratada por possíveis impressões internas do assunto, e não tão inverossímeis quanto se pode imaginar. Pode ser lido como um interessante debate sobre a atração extrema dos opostos extremos, e das intermináveis releituras da sacralidade. Não tem lá tanto ritmo, e infelizmente o visual é limitadíssimo, o que torna praticamente impossível saber quem é quem entre as freiras. Uma delas é a Carmen Maura, viu?

Enfim, se a temática circula em torno de freiras descontroladas em busca da verdadeira alegria da vida, e Almodóvar já foi muito criticado por não destacar atores negros em seus filmes…

Whoopi Goldberg, dê Graças a Deus!

Veredicto: 3/5 jóinhas.
3/53/53/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.

20
dez
08

“Crepúsculo” (2008)

Título original: “Twilight”
Título sugerido: “Prepúcio”

A diretora Catherine Hardwicke, de “Aos Treze” como seu único trabalho notório, assumiu a direção do roteiro baseado no romance adolescente homônimo de Stephanie Meyer sobre a paixão de Bella, uma garota distante e reclusa por Edward, um jovem rapaz pálido e esquisito porém belíssimo. Ah, e vampiro também. Aí a gente pensa: “Nossa, uma menina adolescente que se apaixona por um vampiro… Será que isso dá pano pra manga?” – Então, não muito.

Bella é interpretada pela Kristen Stewart, a menina-veneno-sentada-no-trailer naquela seqüência antológica de “Na Natureza Selvagem”, onde diga-se de passagem, ela esqueceu todo seu sal. Já o vampiro Edward é interpretado pelo Marlon Brando da era Hannah Montana: o inglesinho Robert Pattinson. Esse moleque rouba a cena de tal maneira que é impossível prestar a atenção no filme direito. Não que isso interfira na avaliação final. Enfim, é um carisma de bad boy à flor da pele, que fazia as adolescentes da sessão se revirarem na cadeira, mas que em dados momentos deixavam encabulados até as mães, pais, irmãs, irmãos e desavisados da sessão – tudo bem, hoje o mundo é pan!

Bella se muda para a pequena cidade de Forks, Cu do Judas, Estados Unidos, para voltar a viver com o pai depois que sua mãe se casa novamente. A geografia da cidade, localizada na costa do Pacífico próximo ao Canadá, é um espetáculo à parte. Chove sem parar numa área montanhesca e habitada por ursos, onde a luz do sol raramente se espalha por inteiro e os dias são dominados pela luminosidade mais suave do… se liga só… CREPÚSCULO. Nossa, me arrepiei.

Mentira.

Então, aí a menina chega na cidade, o povo adora ela, mas ela continua fazendo a esquiva. Meio romântica, meio pentelha, como as ídolas dessa faixa etária. Seus colegas logo lhe apresentam a cena social do colégio, e chamam a atenção sobre a família Cullen, os mórmons albinos supernutridos da região. Acontece que ao conhecer o filho, Edward, como sua colega de laboratório, Bella percebe uma repulsa absurda do rapaz por ela – ele chega a pedir pra mudar de turma pra ficar longe do cheiro da garota. Fica até um conselho pra quem procura um grande amor: CC tá voltando com tudo, vai usar com força.

No fim das contas, depois de afrontar nossa inteligência e paciência por horas, eles resolvem revelar que… Edward… se liga… é na verdade… não, se liga mesmo… UM VAMPIRO! Arrepios constantes!

Lado A: O amor adolescente é bonito de se ver, sem grandes pieguices e exageros emocionais.
Lado B: O universo de personagens e suas peculiaridades é bem construído.

Resultado:

Não acontece muita coisa nesse filme, e o que acontece, acontece bem devagar. A escritora Stephanie Meyer deu uma incrementada na sua leitura dos vampiros – quem não dá? – e apresenta um conceito criativo e, vá lá, um pouquinho intrigante sobre eles. Algumas seqüências são bem porcas, mas a maioria é de tirar o fôlego. Mesmo assim, a diretora já foi demitida da continuação que já foi confirmada. Ah, lembrei, também tem uma gangue de vampiros que tenta matar a Bella, mas quando eles apresentaram esse conflito eu já tava mais interessado em procurar microfone vazando nos cantos da tela, etc. Sabe?

Pra quem tava com saudades, eis o novo DiCaprio.

Veredicto: 2/5 jóinhas.
2/52/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.

15
dez
08

“Hair” (1979)


Título Original: “Hair”
Título Sugerido: “Os Hippies Também Amam”

O musical “Hair”, que estreou na Broadway em 1968, é muito lembrado por músicas como Aquarius, Hair, Hare Krishna e outras tantas. O diretor tcheco Miloš Forman, um mito de acordo com a Wikipedia, assinou a versão para o cinema da história. Musical que vira filme já é um negócio arriscado até nos dias de hoje em que os efeitos especiais substituem bem a teatralidade. Em 1979, a história fica um pouco diferente.

Recrutado para a Guerra do Vietnam, o jovem virgem e retraído Claude Bukowski sai de Oklahoma para se alistar em Nova Iorque. Ninguém diz que ele é virgem, mas tá na cara. Chegando em Nova Iorque, Claude conhece um bando de hippies no meio de um parque enquanto moças da alta sociedade fazem equitação – assim, sem a menor cerimônia. Adoraria entrar em mais detalhes do enredo, é que o enredo tem poucos detalhes mesmo. Já de cara, eles começam a cantar e dançar músicas sobre amor, liberdade, contracultura e paz. Tudo apresentado, assim, de uma maneira bem hippie.

O líder do bando dos hippies, George Berger, é interpretado pelo Treat Williams, que infelizmente já envelheceu a foi fazer papel de pai xarope na TV em Everwood. Berger é uma mistura do Sergei com o Christian Pior, e traz um tom pentelho e over característico dos dois. Ele tenta o filme inteiro convencer Claude a não se alistar e ficar tomando ácido no parque com seus amigos letárgicos, lisérgicos e lascivos.

Lado A: As músicas! Seqüências fantásticas, letras inteligentes e melodias muito boas.
Lado B: Fica provado por A + B porque os hippies não deram certo.

Resultado:

Eu não assisti ao musical, mas tive a sensação de que o diretor não tinha captado muito bem a essência, porque eu não consegui achar nada de tão revolucionário pelas passagens que o filme mostra. Dei uma lida por aí e não deu outra: os criadores do musical ficaram PUTOS com o diretor do filme, dizendo que ele mudou a história horrores e, pasmem, “não captou muito bem a essência”. Os diálogos são chatos, as cenas emocionantes ficam bobas demais, e os hippies ganham um ar taxativo e pejorativo nesta montagem.

Todos os diálogos são dispensáveis, a onda mesmo são as músicas.

Mas que dá uma vontade de botar uma boca-de-sino…

Ah, dá.

Veredicto: 2/5 jóinhas.
2/52/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.

11
dez
08

“Piaf – Um Hino Ao Amor” (2007)

Título original: “La Môme”
Título sugerido: “Dercy Beaucoup”

Marion Cotillard ganhou o Oscar de Melhor Atriz por esse filme. Preciso tomar cuidado para falar sobre o filme e não só sobre ela, o que é minha vontade. Eu sou da opinião que cinebiografias são um porre, e que ninguém é tão merecedor de tanta idolatria. Por mais que eu ache a Salma Hayek sem sal e tenha dado um desconto pra “Frida”, “Piaf” operou num mecanismo diferente pra mim.

A adaptação para o cinema da vida da cantora francesa Edith Piaf é assinada pelo francês Olivier Dahan: quem conhece? Levanta a mão?

Ao longo das duas horas e vinte minutos de filme, acompanhamos o best of da vida de Edith Piaf: à là Charlie Chaplin, à là Betty Boop, à là Poulain et: à là Dercy. Sacaneada pelo universo desde muito pequena, a vida atribulada de Edith Piaf é picotada no estilo coletânea e apresentada com muita pungência para quem não a conhece.

Não posso dizer que Marion Cotillard é fantástica. Meryl Streep é fantástica. Vanessa Redgrave é fantástica. A atuação de Marion Cotillard é de um desbunde tão absurdo, que “fantástico” não faz jus ao que essa moça tirou da alma e pôs nesse filme. Gérard Dépardieu também está no elenco mas você nem repara nele direito.

Lado A: Trilhar uma biografia com obra musical fechada é muito foda.
Lado B: A francesa irriquieta que abraça os Estados Unidos.

Resultado:

Mesmo com a meticulosa execução, o filme traz em si um fardo arrastado, caracterizado pelo ofusco da excelência de Piaf em relação aos outros personagens. Marion é tão precisa que se torna quase impossível se deixar envolver com os outros âmbitos do filme. As cenas de palco contam com uma performance gélida e ao mesmo tempo eletrizante da vencedora do Oscar. Os picos da vida de Piaf, sejam de glória, desprezo ou heroína, traçam uma narrativa envolvente sobre uma existência digna de admiração.

Te cuida, Winehouse.

Veredicto: 3/5 jóinhas.
3/53/53/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.

10
dez
08

“Um Grande Garoto”(2002)

Título original: “About A Boy”
Título sugerido: “Sunshine – O Pequeno Iluminado”

Os irmãos Chris e Paul Weitz perderam meu respeito por um instante ao escolherem Hugh Grant para estrelar um filme natalino, melodramático e über clichê onde ele interpreta um quarentão com síndrome de Peter Pan. Mas é aí que tá: li a sinopse e dei play com um pouco de má vontade. Não adiantou.

Hugh Grant é Will Freeman, um homem livre (HA) de qualquer responsabilidade, já que vive da grana dos royalties de uma música escrota de Natal que seu pai escreveu quando era vivo.

Eu sei…

Mas continue lendo, por favor.

Enquanto isso na mesma Londres, Marcus, um garotinho especial e master sensível interpretado pelo ótimo Nicholas Hoult sofre com seus colegas de escola maldosos e sua mãe hipponga depressiva.

Pode crer, não tá ajudando.

Mas a mãe é interpretada por Toni Collette, a mocinha da vez é a Rachel Weisz, e a história tem desdobramentos tão previsíveis e imprevisíveis ao mesmo tempo que nem dá pra reparar que o Hugh Grant é um mala!! Na verdade, fica impossível não simpatizar com ele. Ainda mais quando a história pega embalo a partir do momento que ele conhece o pequeno Marcus e eles passam a mudar de maneiras muito gracinha o sentido da vida um pro outro!

Tá, desculpa. Pronto.

Lado A: A trilha sonora fantástica apesar de menções a Jon Bon Jovi e U2.
Lado B: A narração complementar do solteirão e do garoto.

Resultado:

O filme não tem nada de mais na sua execução técnica. É simples, o pessoal da direção de arte fez a lição de casa e as imagens não vão se grudar na sua retina. Mesmo assim, de alguma forma dá pra passar por cima dos clichês de Natal, da velha história de mostrar uma criança passando vergonha em frente a uma platéia e do Hugh Grant fazendo o papel do Hugh Grant. Não tenho dúvida que o livro seja muito bacana, porque mesmo com todos os clichês do mundo, a história é de fato, muito admirável.

Dessa vez passa, Hugh.

Veredicto: 3/5 jóinhas.
3/53/53/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.

10
dez
08

“Teorema” (1968)

Título original: “Teorema”
Título sugerido: “Um Bofe Chamado Desejo”

Pasolini, Pasolini, Pasolini…

Não, isso não é saudosismo, é que eu não sei como começar mesmo. Posso começar dizendo que Pier Paolo Pasolini é responsável por Salò ou 120 Dias de Sodoma, o filme que mais perturbou minha vida. Como meu repertório cinematográfico é pífio, eu acabei de descobrir que Pasolini tem essas duas obras em comum. Como este se trata de um blog fajuto de cinema e não de um blog fajuto de arte, vou me focar não neste filme-de-arte, mas sim neste filme… de arte. Oh!

Antes dos créditos, um entrevistado encurralado por jornalistas dá a entender com muita angústia que nada de bom poderia sair da burguesia, já que a burguesia não se trata de um esquema constituído por bondade. Bom, daí pro resto do filme é uma opção sua assistir, porque o argumento inteiro já tá dado de brinde em 120 segundos de película. Mas já que foi feito, assistamos.

Uma família burguesa dos arredores de Milão recebe uma visita providencial de um belo forasteiro, que diga-se de passagem deve ter vindo da puta que o pariu mesmo porque nesse filme todo mundo fala inglês e é dublado bem porcamente em italiano. A presença do forasteiro incita de súbito um certo desconforto nos membros da família. A criada quer gozar e não pode, a mãe quer gozar e não pode, a filha quer gozar e não pode, o filho quer gozar e não pode e o pai quer muito uma massagem na canela e ninguém percebe. Da partida do forasteiro em diante, essa família se desconstrói na busca atormentada e desértica do desejo de existir.

Lado A: Quem diria que bucólico e excitante não são conceitos auto-excludentes?
Lado B: As sacadas naturalistas e associações entre desejo, doença, posse e liberdade.

Resultado:

Como está longe de mim entrar em méritos artísticos da expressão do Pasolini, sinto a liberdade de dizer que a entropia de caráter sexual dos personagens à medida que eles se voltam pra dentro de si mesmos e suplicam pela salvação providencial simultaneamente, é tanto cativante quanto agoniante, mas não me parece necessariamente um mal de impossível reparo. Pasolini consegue de maneira sublime retratar o intimismo e a intimidade como grandezas completamente abismais, e a perdição dos pobres cristãos nesse mundo de Meu Deus.

Um convite às ruínas do amor.

Veredicto: 3/5 jóinhas.
3/53/53/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.

10
dez
08

“Queime Depois de Ler” (2008)

Título original: “Burn After Reading”
Título sugerido: “Onze Homens E Nenhum Segredo, Graças A Deus”

A melhor parte de falar sobre filmes sem saber porra nenhuma é o playground opinativo que move a sede de ver mais e mais filmes. Acabo de chegar do cinema onde vi o último filme dos irmãos Cohen. O elenco composto por George Clooney, Brad Pitt, Tilda Swinton e encabeçado por John Malkovich é um belo feito, mas eu não estava convencido. Até que percebi que em cena, George Clooney e Brad Pitt não tinham aquele ar escroto de mafiosos da Califórnia. E que John Malkovich estava mais genial do que de costume. E que até a vaca da Tilda Swinton conseguiu roubar a cena em dados momentos!

O Dr. Osbourne Cox, interpretado por Malkovich, é um analista da CIA que resolve se aposentar após ser taxado de alcoólatra pelos colegas. Ele resolve então escrever um livro com suas memórias, para o desagrado de sua esposa, a megera Katie, escrotecida com genialidade por Tilda Swinton. Katie está louca para se divorciar de Ozzy, pra ficar de vez com Harry, um Don Juan neurótico e bem meia-boca interpretado por George Clooney. Katie é aconselhada por seus advogados a fazer um backup das finanças de Ozzy, mas sua secretária perde o CD no vestiário da academia onde trabalham Linda, interpretada pela hilária Frances McDormand, e Chad, o instrutor de academia abobalhado numa atuação surpreendente de Brad Pitt.

Em resumo, a farsesca jornada tem início quando a depressiva Linda precisa de dinheiro para se remodelar através de cirurgias plásticas, e o debilóide Chad acredita que o livro escrito por Ozzy é um arquivo ultra-secreto da CIA. O enredo se complica e se confunde numa bola-de-neve alucinada à medida que todos os personagens se cruzam enganados das intenções alheias, pontuados pelos surtos impagáveis do personagem de John Malkovich e desdobramentos mafiosos.

Lado A: O brilho de Frances McDormand como a instrutora depressiva Linda.
Lado B: Brad Pitt satirizando sua carreira inteira ao interpretar Chad.

Resultado:

Com uma montagem acelerada, diálogos ultrajantes, imprevistos curiosos e um elenco afiadíssimo, os irmãos Cohen acertaram em cheio o que pareciam prometer através dos trailers e releases do filme. A história leva um tempo pra engrenar mas a partir dali não dá mais pra desgrudar os olhos e cresce a sede por reviravoltas e gargalhadas.

Dá até pra virar musical da Broadway, sejá lá o que isso signifique.

Veredicto: 4/5 jóinhas.
4/54/54/54/5

Yours truly,
Woody Tarantovar.




dezembro 2008
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